COCCIGODÍNIA

Imagem Coccigodínia

O cóccix (de origem da palavra grega kókkiks, que quer dizer “cuco”, por lembrar o bico desta ave) é a porção mais distal da coluna vertebral, apresenta uma forma cônica, composto por três a cinco unidades vertebrais. Tais ossículos são móveis ao nascimento e com a exceção do primeiro segmento, tendem a se fundirem ao longo da vida; os distais, na infância, e os proximais, no início da vida adulta. Cranialmente está ligada ao sacro, formando a articulação sacrococcígea, que é dotada de pouco movimento e é rara sua fusão. O cóccix serve como amparo para a fixação do músculo glúteo máximo, do músculo do cóccix, e do ligamento anococcígeno; sua inervação é feita pelas divisões posteriores dos nervos coccígeos.

A condição dolorosa do cóccix recebe o nome de coccigodínea, introduzido pela primeira vez por Simpson em meados do século XIX, embora esta condição possa afetar indivíduos de todas as idades e de ambos os sexos, a idade mais prevalente é a partir dos 40 anos e é cerca de cinco vezes mais comum em mulheres do que em homens. Existe ainda uma relação entre peso e a ocorrência desta patologia, índice de massa corpórea (IMC) maior que 27,4 nas mulheres e maior que 29,4 nos homens a chance de desenvolver coccigodínia aumenta.

A maioria dos pacientes queixam-se, na anamnese, de dor na região do cóccix, geralmente provocada pelo ato de sentar, e é incomum a presença de dor referida em outra região, no entanto, a incidência da dor lombar concomitante é mais elevada em indivíduos com coccigodínea em relação a população em geral. Na história clínica é comum a presença de trauma (normalmente queda na posição sentada), relato de atividades que possam gerar micro traumas de repetição (como ciclismo), além dos casos traumáticos do parto. Outras condições comuns são: Congênitas; Artrite degenerativa da articulação sacrococcígea; Tumores; Lesões lombossacrais; Lipoma epissacro.

Ao exame físico, as palpações da região coccígea muitas vezes revelam inchaço e uma massa pode, ocasionalmente, ser palpada, devido uma espícula óssea ou um tumor. Na maioria dos casos, a manipulação retal dos segmentos coccígeos ou da articulação sacrococcígea pode provocar dor.

Embora seja um diagnóstico clínico, os exames de imagem são valiosos na avaliação. Dentre eles o raio-X dinâmico, nas posições sentadas e em pé, além de exames mais sofisticados como a Ressonância Magnética e tomografia computadorizada. Sendo utilizado tanto para elucidar o diagnóstico, quanto para excluir outras patologias.

Na fase aguda uma estratégia não cirúrgica tem sido proposta como escolha, consistindo de medicamentos, tais como agentes anti-inflamatórios não esteroides (AINE), analgésicos, além do uso de almofadas de rosca e fisioterapia.

A medicina intervencionista é uma arma importante para casos refratários, em um estudo prospectivo, a combinação de infiltrações locais de corticosteroides com anestésico local seguido de mobilização demonstrou ter um efeito positivo em 85% dos casos, já infiltrações locais de corticoides somente anestésico sem mobilização produziu uma taxa de sucesso de 60%, devendo aquela ser a primeira escolha para pacientes que não responderam ao tratamento clínico não invasivo. Outros relatos de casos demonstram bons resultados para o bloqueio do gânglio ímpar com anestésico local e corticoide, tornando uma boa opção, já que maioria dos pacientes apresentaram uma melhora superior a 75% da dor. Outra opção, é lesão térmica por radiofrequência (RF) do gânglio Ímpar, indicada posteriormente a um bloqueio deste gânglio com anestésico local e corticoide com melhora superior a 50% da dor, porém não sustentada. Agora, já o uso da RF para raízes sacrais ainda não é recomendado, necessitando de mais estudos. Outra opção é a cirurgia, porém com muitas controvérsias sobre a indicação, devido resultados moderados a longo prazo e a possibilidade de grandes complicações.

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